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Pesquisa sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro

abril 2023

Perto de completar dois meses dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, 81,3% dos moradores do Distrito Federal dizem reprovar a invasão e depredação de prédios públicos em Brasília. Para 82,2% da população do DF, os participantes das ações que vandalizaram as sedes dos três poderes deveriam ser punidos. Deste total, 42,2% defenderam que todas as pessoas que participaram das invasões ao Palácio do Planalto, Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal deveriam ser presas.

Os atos de 8 de janeiro foram cometidos por simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), inconformados com a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Cerca de 3,5 mil pessoas viajaram de várias partes do país e se juntaram a bolsonaristas que estavam acampados em frente do quartel do Exército, em Brasília, desde o fim da eleição, para participar da manifestação, que culminou com a tomada dos prédios públicos e a destruição do patrimônio.

Marcelo Camargo / Agência Brasil

As 900 pessoas do DF ouvidas na pesquisa do Instituto Opinião, de Curitiba, foram indagadas sobre qual a palavra que definiria os participantes dos atos antidemocráticos de janeiro. Para 31,7%, as depredações foram praticadas por vândalos; 23,2% afirmaram que os bolsonaristas radicais eram criminosos; 19,9% disseram que eram apenas pessoas insatisfeitas com o resultado da eleição presidencial; e para 13,6%, o quebra-quebra foi causado por terroristas.

“Se nos dias mais próximos aos atos antidemocráticos em Brasília as medidas adotadas pelas autoridades federais ainda provocavam certa polêmica, passados dois meses a população local se mostra definitivamente favorável à punição dos responsáveis e ao processo de intervenção na Segurança do Distrito Federal”, afirma o sociólogo Arilton Freres, diretor do Instituto Opinião.

A maior parte dos moradores do DF também concorda com as medidas tomadas pelo governo federal para restabelecer a segurança e punir os responsáveis pelas ações violentas em Brasília. Ainda no dia 8 de janeiro, o presidente Lula determinou a intervenção federal na Secretaria de Segurança Pública do DF. A pesquisa mostra que 61,6% das pessoas ouvidas concordaram com a decisão.

O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Capelli, foi indicado como interventor. A primeira medida foi afastar o comando da Polícia Militar do DF. Para 51,6% dos entrevistados, as forças de segurança do Distrito Federal não cumpriram com o dever de proteger as sedes do governo federal, Congresso e STF.

A intervenção se estendeu até o dia 31 de janeiro e 46,7% das pessoas ouvidas no levantamento do Instituto Opinião disseram aprovar o trabalho durante a intervenção. Somados os percentuais de ótimo e bom, 34,9% dos entrevistados avaliaram positivamente a atuação de Capelli.

“Alguns destaques da pesquisa são a reprovação, por mais da metade dos entrevistados, da atuação das Forças de Segurança durante e imediatamente após as invasões, e a aprovação da nomeação de um interventor para coibir novos ataques”, diz Freres.

Após o ataque, por determinação do STF, centenas de pessoas foram detidas e indiciadas por participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Acampamentos de bolsonaristas montados em frente a quarteis em diversas cidades do país foram desmontados e a Polícia Federal criou uma operação sem prazo de validade, chamada Lesa Pátria, para investigar participantes, financiadores e incentivadores dos ataques às sedes dos três poderes.

O levantamento ouviu, entre os dias 10 e 12 de fevereiro, 900 moradores maiores de 16 anos das seguintes regiões: Riacho Fundo; Bandeirante; Guará; Gama; Santa Maria; Sobradinho; Planaltina; Paranoá; Itapoã; Ceilândia; Brazilândia; Águas Claras; Taquatinga; Samambaia; Recanto das Emas; Vicente Pires; Asa Norte; Asa Sul, Lago Norte; Lago Sul e Vila Planalto. A margem de erro é de 3%, com 95% de confiabilidade para o resultado geral da pesquisa.

O Instituto Opinião atua há mais de 10 anos com pesquisas quantitativas e qualitativas em todo o Brasil. Com sede em Curitiba, no Paraná, a empresa presta serviço para empresas e órgãos públicos em todo o Brasil.

Assessoria de comunicação

Ricardo Medeiros