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Percepção da situação econômica do Brasil sob a Presidência de Lula: O que dizem os números – parte 1

agosto 2023

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O Brasil é um país de dimensões continentais, e sua diversidade se estende a todas as esferas da vida, incluindo a percepção da situação econômica. Com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva há mais de sete meses, o país tem estado sob os holofotes, com expectativas e opiniões divididas sobre o impacto de seu governo na economia.

De acordo com a pesquisa recente do Instituto Opinião, cerca de 42,9% dos brasileiros entrevistados acreditam que a situação econômica do país melhorou desde a posse de Lula. Um grupo menor, representando 23,9%, acredita que a situação piorou, enquanto 27,6% acreditam que permaneceu igual. Um pequeno percentual, 5,7%, não soube opinar ou não respondeu à pergunta.

A divisão entre eleitores de Lula e Bolsonaro é clara. Dos que votaram em Lula, 79% acreditam que a situação econômica melhorou, enquanto apenas 8% dos eleitores de Bolsonaro compartilham dessa opinião. Por outro lado, 58% dos eleitores de Bolsonaro acham que a economia piorou, em comparação com apenas 2% dos eleitores de Lula.

Visões regionais
No entanto, ao analisar os resultados por região, observamos diferenças significativas. No Nordeste, uma maioria esmagadora de 53,2% acredita que a situação econômica melhorou, enquanto no Centro-Oeste e Norte, essa porcentagem é de 38,9%. No Sudeste, região mais populosa do Brasil, 41,4% veem uma melhora na economia desde a posse de Lula.

Quando se trata de gênero, a pesquisa mostra que as mulheres (45,03%) têm uma visão ligeiramente mais otimista em comparação com os homens (40,41%) sobre a melhora da economia. Por outro lado, menos mulheres (22,38%) acham que a situação piorou, em comparação com os homens (33,59%).

A faixa etária também influencia a percepção da economia. Os brasileiros mais jovens, entre 16 e 24 anos, estão mais otimistas, com 46,39% acreditando que a situação econômica melhorou. Enquanto isso, os brasileiros com 45 anos ou mais, que representam uma parte significativa da população, têm uma visão mais positiva, com 44,93% vendo melhorias.

Segmentação por grau de instrução
A pesquisa também mostra que a percepção da economia varia de acordo com o grau de instrução. Os brasileiros com ensino médio completo (43,30%) e aqueles com até o ensino fundamental (43,74%) têm visões semelhantes sobre a melhora econômica, enquanto aqueles com ensino superior ou mais (40,17%) têm uma visão ligeiramente mais pessimista.

Quanto à renda, os brasileiros com renda de até 1 salário mínimo (42,26%) e aqueles com mais de 5 salários (43,11%) têm uma percepção mais positiva da economia. Aqueles com renda entre 2 e 5 salários (32,31%) e entre 1 e 2 salários (23,75%) são mais propensos a acreditar que a situação piorou.

Por fim, a pesquisa também revela diferenças na percepção da economia com base na religião. Os brasileiros sem religião (53,42%) e os católicos (48,58%) tendem a ver mais melhorias na economia, enquanto os evangélicos (33,17%) são mais céticos.

Em resumo, a percepção da situação econômica do Brasil sob a presidência de Lula é bastante variada e está fortemente influenciada por fatores como região, preferência política, gênero, idade, grau de instrução, renda e religião. Essa diversidade de opiniões reflete a complexidade do cenário econômico e política brasileira, mostrando como diferentes grupos interpretam os mesmos eventos de maneiras distintas. À medida que o governo de Lula avança, será interessante observar como essas percepções evoluem ao longo do tempo.

O levantamento do Instituto Opinião foi realizado por telefone com 2 mil pessoas com idade acima de 16 anos, entre os dias 16 e 19 de agosto. A margem de erro da pesquisa é de 2% para mais ou para menos e o levantamento tem 95% de confiabilidade para o resultado geral.